Fotos: Delmiro Silva
DELMIRO
SILVA
Comer
peixe durante a Quaresma, período de 40 dias que antecede a Páscoa, faz parte
da tradição dos católicos. O costume é ligado a uma forma de exercitar o jejum
e a abstinência, uma prática, ao lado da caridade e esmola, indicada pela
Igreja como devoção típica da Páscoa. E se por um lado a simbologia é uma forma
de penitência, por outro o ato de comer peixes nesta época aquece as vendas e
deixa o preço do alimento mais “salgado”.
Em
Conceição do Araguaia sul do estado, município considerado pesqueiro localizado
a margem esquerda do rio Araguaia, o peixe está mais escasso e mais caro.
Espécies como piau-açu, surubim e tucunaré, considerados de primeira, que antes
custavam R$ 12 o kg, foram reajustados para R$ 15. Por outro lado, exemplares
de segunda, como boca-larga, corvina, pacu e piau, que custavam R$ 7, agora
custam R$ 12. Já os mais acessíveis, entre eles, cachorra, papa-terra e
piranha, que custavam R$ 4, foram reajustados para R$ 7.
Segundo o
vendedor de peixes Rubenilton Pereira, o Rubinho, que atende na Feira Coberta,
o reajuste nos preços do pescado ocorre mediante a grande procura pelo produto
nessa época do ano, e pela escassez da mercadoria, fator resultante da cheia
dos rios, o que dificulta a captura das espécies tornando-as mais valorizadas
no mercado. “A procura é muito grande e a oferta é reduzida, por isso somos
obrigados a reajustar os preços”, explicou o comerciante, acrescentando que
após o período pascal os preços devem ser reduzidos.
Por outro
lado, peixes criados em cativeiro, como caranha e tambaqui, muito apreciados
pelo consumidor e comercializados em diversos pontos de Conceição do Araguaia,
não sofreram reajustes, prevalecendo o valor de R$ 8 o kg, sendo uma opção mais
em conta. “É uma alternativa interessante. São muito saborosos e estão mais
acessíveis ao bolso”, disse o autônomo Beto Barbosa, justificando sua
preferencia pelas espécies de cativeiro.
Outra tradição milenar deste período são os famosos
ovos de Páscoa e não há quem resista aos sabores e às embalagens dos
chocolates, que atraem principalmente as crianças. Este ano os supermercados de
Conceição do Araguaia apostaram na exposição antecipada do produto que já está
à disposição do consumidor. Com a exibição apressada dos ovos já tem gente
levando-os para casa, enquanto outros apenas admiram ou pesquisam os preços em
busca dos mais acessíveis.
E
para quem fabrica os ovos caseiros, o trabalho já começou faz tempo. A doceira
Cláudia Regina já encerrou os pedidos para este ano. Desde janeiro respira
chocolate. “A gente prepara tudo, até a casa, para a fabricação. Além dos ovos,
temos que fazer os laços, as caixinhas dos bombons”, comenta. A procura pelos
ovos deverá aumentar consideravelmente nas próximas semanas.
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