quinta-feira, 22 de março de 2012

Páscoa aquece o comércio em Conceição do Araguaia.


Fotos: Delmiro Silva

DELMIRO SILVA

Comer peixe durante a Quaresma, período de 40 dias que antecede a Páscoa, faz parte da tradição dos católicos. O costume é ligado a uma forma de exercitar o jejum e a abstinência, uma prática, ao lado da caridade e esmola, indicada pela Igreja como devoção típica da Páscoa. E se por um lado a simbologia é uma forma de penitência, por outro o ato de comer peixes nesta época aquece as vendas e deixa o preço do alimento mais “salgado”.

Em Conceição do Araguaia sul do estado, município considerado pesqueiro localizado a margem esquerda do rio Araguaia, o peixe está mais escasso e mais caro. Espécies como piau-açu, surubim e tucunaré, considerados de primeira, que antes custavam R$ 12 o kg, foram reajustados para R$ 15. Por outro lado, exemplares de segunda, como boca-larga, corvina, pacu e piau, que custavam R$ 7, agora custam R$ 12. Já os mais acessíveis, entre eles, cachorra, papa-terra e piranha, que custavam R$ 4, foram reajustados para R$ 7.

Segundo o vendedor de peixes Rubenilton Pereira, o Rubinho, que atende na Feira Coberta, o reajuste nos preços do pescado ocorre mediante a grande procura pelo produto nessa época do ano, e pela escassez da mercadoria, fator resultante da cheia dos rios, o que dificulta a captura das espécies tornando-as mais valorizadas no mercado. “A procura é muito grande e a oferta é reduzida, por isso somos obrigados a reajustar os preços”, explicou o comerciante, acrescentando que após o período pascal os preços devem ser reduzidos.

Por outro lado, peixes criados em cativeiro, como caranha e tambaqui, muito apreciados pelo consumidor e comercializados em diversos pontos de Conceição do Araguaia, não sofreram reajustes, prevalecendo o valor de R$ 8 o kg, sendo uma opção mais em conta. “É uma alternativa interessante. São muito saborosos e estão mais acessíveis ao bolso”, disse o autônomo Beto Barbosa, justificando sua preferencia pelas espécies de cativeiro.

Outra tradição milenar deste período são os famosos ovos de Páscoa e não há quem resista aos sabores e às embalagens dos chocolates, que atraem principalmente as crianças. Este ano os supermercados de Conceição do Araguaia apostaram na exposição antecipada do produto que já está à disposição do consumidor. Com a exibição apressada dos ovos já tem gente levando-os para casa, enquanto outros apenas admiram ou pesquisam os preços em busca dos mais acessíveis. 

E para quem fabrica os ovos caseiros, o trabalho já começou faz tempo. A doceira Cláudia Regina já encerrou os pedidos para este ano. Desde janeiro respira chocolate. “A gente prepara tudo, até a casa, para a fabricação. Além dos ovos, temos que fazer os laços, as caixinhas dos bombons”, comenta. A procura pelos ovos deverá aumentar consideravelmente nas próximas semanas.

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